É preciso pensar no caipira como um homem que manteve a herança portuguesa nas suas formas antigas. Mas é preciso também pensar na transformação que ele sofreu aqui, fazendo do velho homem rural brasileiro o que ele é. “Tabareu”, “matuto”, “capiau”, “caipira”, o que mais haja, ele é produto e ao mesmo tempo agente muito ativo de um grande processo de diferenciação cultural própria.
Na extensa gama dos tipos sertanejos brasileiros, poderia ser considerado “caipira” o rural tradicional do sudoeste e porções do oeste, fruto de uma adaptação da herança fortemente misturada com a indígena, às condições físicas e sociais do Novo-Mundo.
No quadro de sua cultura o caipira é extraordinário. É capaz, por exemplo, de sentir e conhecer a fundo o mundo natural, usando-o com uma sabedoria e eficácia que nenhum de nós possui.
O nosso caipira, do ancestral português herdou com a língua e a religião a maioria dos costumes e crenças; do ancestral índio herdou a familiaridade com o mato, o faro na caça, a arte das ervas, o ritmo do bate-pé, o respeito pela natureza e pelos amigos que o cercam.
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