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Atividades culturais resgatam a Cultura Caipira

Através de ações arte-educativas, a companhia conjuga no projeto premiado pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, “Raízes do Campo - Histórias do Avô do Bisavô de Agripino”, três atividades com objetivos de propagar a cultura caipira de raiz no interior do Estado de São Paulo, especificamente junto a região centro oeste paulista.

A peça teatral com conteúdo para a infância e público em geral perfaz uma ação de transmissão de saber sobre a realidade do homem do campo e preservação da memória; o bate-papo se apresenta como uma troca cultural e produção de sentido e a oficina como uma prática pedagógica a ser estimulada. Todas as atividades são gratuitas.

A proposta foi direcionada às cidades pertencentes a região de Bauru, Marília, Araçatuba e Presidente Prudente. Assim, serão atendidas as cidades de Guaiçara, Pederneiras, Lucianópolis, Santa Cruz do Rio Pardo, Valparaíso, Lourdes e Teodoro Sampaio.

A intenção na idealização do projeto “Raízes do Campo”, segundo Val Castro, uma das fundadoras do grupo, foi a de criar uma rede participativa que pudesse dar grande visibilidade às ações, inserindo o projeto dentro de eventos que integrassem o objetivo de divulgar e preservar a memória do homem do campo e cultura rural caipira.

O propósito da Cia Giralua de Artes é divulgar este trabalho a partir de apresentações da peça teatral “Histórias do Avô de Bisavô de Agripino” - uma produção que nasceu do amor pelo homem do campo e a sua simplicidade, que acreditamos devem ser cultivados e mantidos vivos”, declara. O espetáculo tem duas apresentações direcionadas ao público infantil, manhã e tarde, às 10 e 15 horas.

À noite, às 20 horas, uma apresentação aberta à comunidade, e um bate papo após a apresentação, com um mediador convidado. Com o tema - Saberes do Homem do Campo e Memória, o violeiro Chico das Minhocas vai contar seus próprios causos, e divertir a platéia com suas modas. Sua função será ainda, mediar o público em sua leitura e impressões sobre a peça teatral, bem como suscitar a memória e contar seus próprios causos sobre a cultura caipira do interior de São Paulo”, explica Val de Castro, uma das fundadoras da companhia.

Já o objetivo de oferecer a Oficina Bichos do Campo em Argila, que acontece no sábado de manhã, vem ao encontro da percepção de que as crianças das cidades estão a perder o sentido de tatear o barro e, os educadores,também, carecem desta vivência. “A tendência da sociedade contemporânea é o esquecimento deste passado tão recente, nossa contrapartida como artistas é avivar a memória e oferecer as crianças estas lembranças em elementos artísticos”,justifica.A oficina ministrada pelo multiartista Alessandro Brandão é aberta aos professores que se tornam multiplicadores do saber popular.

A Cia Giralua de Artes - grupo teatral de repertório que atua há 13 anos – foi contemplada com o ProAC - edição 2012, um programa de ação cultural instituído pela Secretaria de Estado da Cultura em 2006 que tem como objetivos, apoiar e patrocinar a renovação, o intercâmbio, a divulgação e a produção artística e cultural; preservar e difundir o patrimônio cultural material e imaterial; apoiar pesquisas e projetos de formação cultural, bem como a diversidade cultural e apoiar e patrocinar a preservação e a expansão dos espaços de circulação da produção cultural.


Espetáculo teatral, bate-papo com violeiro, que é contador de causos, e oficina de argila faz o fim-de-semana agitado em 7 cidades do interior paulista, entre março e julho.

Existir para Resistir

Para Alessandro Brandão, defender a cultura caipira como patrimônio imaterial é defender que a mesma subsiste, seja nas formas concretas de reprodução de vida de vários remanescentes que estão “espalhados” na região sudeste, centro-oeste e sul do Brasil, seja nas formas subjetivas e simbólicas, que ganham corpo nos códigos e signos artísticos e culturais disseminados nas grandes cidades, seja no plano da estética, pela música, seja pela dança, pela culinária, pelo teatro.

“Com o reconhecimento da cultura caipira, novos caminhos serão abertos, como o ensinamento no currículo escolar; a valorização da língua que não é culta; verbas para estudos sobre o tema, além da valorização, ou seja, o caipira tendo orgulho de ser o que é”, descreve.

Para a Cia Giralua, o reconhecimento da cultura caipira como patrimônio imaterial do Estado de São Paulo e do Brasil, certamente, contribuirá na salvaguarda das populações.
“Outro ponto de contribuição será na mudança de mentalidade de novas gerações. Todos passarão a enxergar a cultura caipira com outros olhos; um olhar de respeito. A consciência sobre a nossa própria história e, o primeiro passo para a conquista da cidadania”, enfatiza.

Agenda:

Março

15 e 16
Guaiçara
Quadra da Emefei Zacharias de Souza Leão
Rua Adão Afonso Costa, nº 118 - Centro
(14) 3547-2972

22 e 23
Pederneiras
Teatro Municipal “Flavio Razuk”
Rua Prudente de Moraes, s-211 – Centro
(14) 3252-2281.

Abril

12 e 13
Lucianópolis
CCI- Centro de Convivência dos Idosos
Rua dos Vereadores, nº 330 – Centro
(14) 3286-1314

19 e 20
Santa Cruz do Rio Pardo
Palácio da Cultura Umberto Magnani Netto
Rua ConselheiroAntonio Prado, nº 560 – Centro
(14)3372-1227

Junho

7 e 8
Valparaíso
Espaço da Melhor Idade
Rua Bernardino Silva Prates, nº. 25 - Bairro São Pedro
(18) 3401-2204

21 e 22
Lourdes
Anfiteatro Municipal " Otaliba Lopes do Prado"
RuaJosé Luis  de Oliveira s/n.
(18) 97423129

Julho

12 e 13
Teodoro Sampaio
Feira da Lua
Praça Antonio Evangelista nº 1544
(18) 3282-2000



A Cia. Giralua de Artes é um grupo teatral de repertório que atua há 13 anos. Os integrantes, Alessandro Brandão e Val de Castro, junto com alguns artistas convidados, caminham interpretando a cultura popular brasileira e a literatura universal, aliando arte e educação. Em sua linguagem artística.Trabalham o teatro de bonecos interagindo com interpretação de atores; somam o teatro, as artes plásticas, música e literatura se inspirando na comunicação intimista dos contadores de histórias.


O grupo compõe peças teatrais nos gêneros do teatro infantil e juvenil e intervenções cênicas. A trajetória da Cia. soma mais de dez montagens autorais, revendo contos tradicionais do Brasil e conteúdos da literatura universal, assim como questões ambientais e o renascimento da memória popular.






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