O contador de histórias é uma figura ancestral, presente no
imaginário de inúmeras gerações ao longo da história. Em um universo sem
recursos midiáticos, o contador era imprescindível para a formação das
crianças, através das narrativas de histórias, ‘causos’, mitos, lendas.
A protagonista da Giralua Companhia de Artes, Val de Castro, na contação de história - A Rainha do Jardim |
O contador de histórias ajudava as pessoas a entenderem
melhor o que se passava a sua volta, a enfrentar os dilemas e confrontos de
natureza social e individual, extraindo das experiências o aprendizado mais
profundo.
O contador está presente na era medieval, nos castelos
tantas vezes sombrios, nas moradas mais remotas, nos povoados disseminados
pelas áreas rurais, com o objetivo de compartilhar suas vivências e gerar em
torno de um grupo magnetizado por suas histórias uma proteção gerada pelo
próprio encanto do momento e pela força do coletivo. As narrativas eram tecidas
pela voz mágica do contador, ao redor de fogueiras ou lareiras que contribuíam
para criar uma atmosfera de intensa magia.
O contador de histórias não era um mero reprodutor de
narrativas, ele também gerava seus relatos, simplesmente mantendo-se atento à
reação psicológica dos ouvintes. Conforme a disponibilidade ambiental, ele
improvisava e ampliava seus contos, tendo como principal instrumento a palavra,
que detém o poder de transformar o comportamento humano.
Para a Giralua Companhia de Artes, o significado de ouvir histórias é bem amplo. É uma possibilidade de descobrir o mundo. É ouvindo histórias que se pode
sentir emoções importantes como: a tristeza, a raiva, a irritação, o medo, a alegria,
o pavor, a impotência, a insegurança e tantas outras mais, e viver, profundamente, tudo o que essas narrativas provocam e suscitam em quem as ouve ou as lê, com toda a amplitude,
significância e verdade.
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