Para Alessandro Brandão, um dos fundadores da Cia Giralua de Artes, defender a cultura caipira como
patrimônio imaterial é defender que a mesma subsiste, seja nas formas concretas
de reprodução de vida de vários remanescentes que estão “espalhados” na região
sudeste, centro-oeste e sul do Brasil, seja nas formas subjetivas e simbólicas,
que ganham corpo nos códigos e signos artísticos e culturais disseminados nas
grandes cidades, seja no plano da estética, pela música, seja pela dança, pela
culinária, pelo teatro.
“Com o reconhecimento da cultura caipira, novos caminhos
serão abertos, como o ensinamento no currículo escolar; a valorização da língua
que não é culta; verbas para estudos sobre o tema, além da valorização, ou
seja, o caipira tendo orgulho de ser o que é”, descreve.
Para a Cia Giralua, o reconhecimento da cultura caipira como
patrimônio imaterial do Estado de São Paulo e do Brasil, certamente,
contribuirá na salvaguarda das populações. “Outro ponto de contribuição será na mudança de mentalidade
de novas gerações. Todos passarão a enxergar a cultura caipira com outros
olhos; um olhar de respeito. A consciência sobre a nossa própria história e, o
primeiro passo para a conquista da cidadania”, enfatiza.
A Cia Giralua mantém uma turnê pelo interior do oeste paulista intitulada Raízes do Campo - Histórias do avô do Bisavô de Agripino - com exatamente essa proposta de preservação da tradição. Um espetáculo teatral, uma roda de causos e cantoria e uma oficina de argila compõem a proposta.
A Cia já esteve nas cidades de Guaiçara, Pederneiras e Lucianópolis. Nos dias 19 e 20 de abril estará em Santa Cruz do Rio Pardo, com as atividade, todas gratuitas, acontecendo no Palácio das Artes. O projeto tem o patrocínio do ProAC, da Secretaria de Estado da Cultura. Lourdes, Valparaíso e Teodoro Sampaio também são cidades inclusas no roteiro.
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